A Atuação do Terapeuta da Fala na Doença de Parkinson
- Centro Medular
- 2 de jul.
- 3 min de leitura
O Terapeuta da fala (TF), como profissional que desempenha funções na área da prevenção, avaliação e intervenção, atua na Doença de Parkinson (DP) nas diferentes funções que ficam comprometidas, nomeadamente, fala, linguagem, comunicação e deglutição.
Atua nas perturbações motoras da fala - disartria hipocinética-, nas perturbações da linguagem - compatíveis com diagnósticas de afasia - e nas perturbações da deglutição - disfagias orofaríngeas (incluindo também controlo da sialorreia e mastigação).
Ligeiras alterações ao nível da fala, das competências comunicativas e na deglutição podem ter um impacto negativo na qualidade de vida da pessoa com DP e, por isso, um encaminhamento precoce e uma avaliação detalhada por parte do TF são fundamentais.
A presença de alterações (ligeiras ou severas) da comunicação, de alterações na gestão da saliva e de dificuldades na deglutição de sólidos ou líquidos (associado por vezes a infeções respiratórias, pneumonias ou perda de peso e/ou apetite) são sinais de alerta que devem indicar a necessidade de acompanhamento por TF.
Não existindo nenhum sinal de alerta, dos indicados, após o diagnóstico de DP ou suspeita de DP deve ser procurado um TF que possa realizar uma avaliação das competências, transmitir estratégias e intervir para retardar o aparecimento destas perturbações.
O terapeuta da fala, realiza avaliação da comunicação - que pode incluir também avaliação direta ou indireta da linguagem e da fala, deve considerar a qualidade vocal e a inteligibilidade do discurso, a capacidade para finding words e para iniciar, manter ou cessar conversações. Avaliar o discurso espontâneo e o discurso provocado recolhendo as características da fala: respiração, fonação, articulação, ressonância e prosódia, assim como ajuste do conteúdo informativo. A disartria hipocinética (perturbação da fala presente na DP) tem resultados positivos perante um tratamento intensivo com TF utilizando métodos de intervenção como: Pitch LimitingVoice Treatment (PLVT) e Lee Silverman Voice Treatment (LSVT).
Ao nível da deglutição o TF deve realizar avaliação direta e indireta da deglutição, nomeadamente, observar um momento de refeição e avaliar o efeito de estratégias compensatórias da deglutição, fazer ajustes ao nível da consistência dos líquidos e dos sólidos e, indiretamente, avaliar a função das estruturas envolvidas na deglutição como lábios, língua, véu paliativo, motilidade laríngea e adução das pregas vocais. Após momento de avaliação e ajuste de estratégias o TF pode necessitar de exames complementares de diagnóstico, tais como: Videofluroscopia (VFFS) e Videoendoscopia da deglutição (VED), muito comuns e essenciais no diagnóstico precoce da disfagia orofaríngea.
A presença e intervenção dos cuidadores (familiares, amigos, profissionais de saúde) nas perturbações decorrentes da DP é altamente recomendada. O cuidador deve assumir um papel de coterapeuta, sem perder a essência do mesmo. Deve adquirir nas sessões de terapia da fala estratégias que ajudam a promover uma melhor produção oral - discurso mais inteligível - , ser treinado para utilizar estratégias comunicativas que revelem as competências da pessoa com DP e ainda identificar sinais de alerta da disfagia.
Uma equipa multidisciplinar composta pela pessoa com DP, os seus cuidadores, o terapeuta da fala, o fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional, o psicólogo, o(s) médico(s), equipa de enfermagem, nutricionista e outros que possam envolver-se no processo de reabilitação é essencial para que possam ser mensurados resultados.
A avaliação precoce por qualquer profissional traduz-se numa resposta mais eficaz e funcional e, consequentemente, melhor qualidade de vida.
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