O QUE É A FIBROMIALGIA
A síndrome de Fibromialgia (FM) é caracterizada por um grupo de sinais e sintomas em que a dor crónica está presente nos tecidos moles, nomeadamente em músculos, tendões, ligamentos e tecido fascial.
As mulheres são mais afetas por esta síndrome que geralmente surge entre os 30-35 anos de idade (Siracusa et al., 2021).
É frequentemente acompanhada por outras condições, entre as quais: rigidez muscular e articular, distúrbios de sono, fadiga, enxaquecas, desequilíbrios neuro endócrinos, distúrbios de humor, hiperalgesia e incapacidade de realizar algumas atividades de vida diárias.
COMO DIAGNOSTICAR
É um enorme desafio chegar a um diagnóstico final de FM. O critério de diagnóstico mais recente, combina dois conceitos:
1. Dor crónica generalizada (dor sentida à palpação leve em pelo menos 11 de 18 partes específicas do corpo – Tender Points)
2. Medição de outros sinais e sintomas, tais como: a fadiga, distúrbios de sono, sintomas cognitivos e alterações de humor.
SINTOMAS
De acordo com Nadal-Nicolás et al. (2020), pacientes com FM apresentam pelo menos 11 Tender Points ativos, ou seja, acusam dor quando são pressionados com uma pressão de aproximadamente 4 kgs (o suficiente para esbranquiçar a unha que causou a pressão). Tender points tratam-se de pontos dolorosos distribuídos pelo corpo, geralmente localizados na região cervical, ombros e região lombar.
A origem da dor é um dos aspetos mais intrigantes desta síndrome. Acredita-se que a origem da dor não está efetivamente nos tecidos moles, apesar de ser aí que é sentida. Análises ao Líquido Encéfalo-Raquidiano destas pacientes, revelam valores elevados para dois neurotransmissores: Substância P e Glutamato (vasodilatadores e potenciadores da sensação de dor) e verifica-se ainda um défice de Serotonina e Dopamina. Em suma, pacientes com FM apresentam um limiar à dor bastante inferior, gerando uma condição de hiperalgesia difusa e/ou alodinia. (Nadal-Nicolás et al., 2020).
Estudos revelam que pacientes que sofrem de FM raramente atingem a fase mais profunda do sono (REM - IV), sendo que 80% das pacientes reportam algum tipo de distúrbio de sono. É durante esta fase em que os adultos segregam a hormona de crescimento – Somatotrofina, hormona que estimula a regeneração celular e a síntese de novas fibras de colagénio, fundamentais para a recuperação de sintomas como a fadiga e a dor muscular, por exemplo. Além disso, a falta de sono com qualidade, leva a uma baixa de circulação de uma outra hormona - Serotonina, responsável por modelar a sensação de dor. Quando existe um défice desta hormona, tudo parece “doer mais”. Chegamos então a um círculo vicioso onde uma pessoa em stress e/ou dor crónica poderá vir a sofrer algum tipo de distúrbio de sono, o que por sua vez vai exacerbar a sensação de dor, limitando ainda mais a capacidade de ter uma boa noite de sono com qualidade, e por aí adiante (Werner, 2019).
TRATAMENTO
É muito importante recordar a paciente que esta síndrome, apesar de ser sentida bastantes vezes como incapacitante, não se trata de uma síndrome progressiva e não coloca a sua vida em risco. Aqui, o paciente tem um papel muito importante na gestão da sua condição e essa noção deve ser recordada, sempre que necessário. O seu papel ativo, passa pelo controlo de uma dieta equilibrada, sono, atividade física, alongamentos e estratégias para reduzi o stress. Na maior parte dos casos, uma abordagem multidisciplinar, combinada entre tratamentos farmacológicos e não farmacológicos é necessária.
A Massagem, a Osteopatia, a Fisioterapia e a Medicina Tradicional Chinesa, nomeadamente, a acupuntura, podem ser ótimas ferramentas para tratar e/ou reverter os seu sintomas. No CENTRO MEDULAR, dispomos de todas estas especialidades para potenciarmos ao máximo a sua saúde e o ajudarmos a dizer adeus às suas dores e limitações.
A MASSAGEM NO TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA
Cimmino et al. observou que a massagem é uma metodologia terapêutica utilizada por 75% dos pacientes com FM. Pelo facto de serem pessoas mais sensíveis ao toque, é recomendado um estilo de massagem mais leve e com intensidade progressiva.
A massagem é uma terapia bastante adequada para pacientes com esta condição, pois ajuda a reduzir os níveis de ansiedade, stress e depressão, além de diminuir a perceção da dor. Também pode melhorar a qualidade do sono, promovendo uma sensação de analgesia e bem-estar (Nadal-Nicolás et al., 2020).
Ref. Bibliográficas:
1. Nadal-Nicolás, Y., Rubio-Arias, J. Á., Martínez-Olcina, M., Reche-García, C., Hernández-García, M., & Martínez-Rodríguez, A. (2020). Effects of Manual Therapy on Fatigue, Pain, and Psychological Aspects in Women with Fibromyalgia. International Journal ofEnvironmental Research and Public Health, 17(12), 4611. https://doi.org/10.3390/ijerph17124611
2. Werner, R. (2019). A massage therapist’s guide to pathology: critical thinking and practical application (6th ed.). Books Of Discovery.
3. Siracusa, R., Paola, R. D., Cuzzocrea, S., & Impellizzeri, D. (2021). Fibromyalgia: Pathogenesis, Mechanisms, Diagnosis and Treatment Options Update. International Journal of Molecular Sciences, 22(8), 3891. https://doi.org/10.3390/ijms22083891
4. Flynn, D. M. (2020). Chronic Musculoskeletal Pain: Nonpharmacologic, Noninvasive Treatments. American Family Physician, 102(8), 465–477.
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